Administração e custódia no metaverso: cenário hipotético e reflexões para o futuro do setor

Mikesh Samnaeth
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Reflexões de Rodrigo Balassiano sobre os desafios da administração e custódia no metaverso em um cenário hipotético.

Rodrigo Balassiano frisa que a ascensão do metaverso — um universo digital imersivo que integra realidade virtual, aumentada e blockchain — promete transformar radicalmente a forma como interagimos, consumimos e até gerimos bens e serviços. Embora ainda em estágio embrionário, as perspectivas de um ambiente virtual funcional e economicamente ativo já mobilizam setores jurídicos, financeiros e administrativos. Mas como será a administração e a custódia de ativos e responsabilidades dentro deste novo espaço digital?

Como funcionaria a administração de bens no metaverso?

Em um cenário hipotético, a administração de bens no metaverso envolveria tanto ativos digitais quanto representações digitais de bens reais. Empresas especializadas ou mesmo inteligências artificiais poderiam atuar como administradores virtuais, monitorando contratos inteligentes, aluguéis de espaços no metaverso e transações entre avatares. Essa função administrativa exigiria ferramentas tecnológicas robustas e atualizadas em tempo real, além de protocolos de segurança digital altamente confiáveis.

A responsabilidade administrativa, nesse contexto, vai além da simples gestão financeira ou patrimonial. Seria necessário considerar as especificidades do ambiente virtual, como a interoperabilidade entre plataformas e a verificação da identidade dos usuários. Rodrigo Balassiano evidencia que as regras de governança precisariam ser programadas de forma transparente em smart contracts, garantindo que os direitos e deveres fossem respeitados independentemente da jurisdição física dos envolvidos.

Quem seria o responsável legal pela custódia de ativos no metaverso?

A custódia no metaverso traz desafios únicos. Diferentemente do mundo físico, onde instituições financeiras ou cartórios assumem a guarda e verificação de bens, no metaverso a custódia poderia estar nas mãos de plataformas descentralizadas, carteiras digitais ou mesmo algoritmos automatizados. Isso levanta questões sobre responsabilidade legal em casos de perda de acesso, fraudes ou disputas sobre a titularidade de ativos virtuais.

Rodrigo Balassiano
Rodrigo Balassiano explora o futuro da custódia e administração no metaverso com uma visão prospectiva do setor.

Caso um indivíduo falte com suas obrigações ou sofra alguma limitação jurídica, como a incapacidade, quem responderia por suas posses digitais? Seria necessário criar um modelo híbrido de custódia, onde agentes humanos e digitais compartilhem responsabilidades, supervisionados por normas específicas. Rodrigo Balassiano informa que o papel de advogados, contadores e curadores também evoluiria para atuar em espaços digitais, exigindo conhecimentos tanto legais quanto tecnológicos.

Quais os riscos e desafios para o futuro da administração digital?

Um dos maiores riscos na administração e custódia no metaverso é a segurança. Vazamentos de dados, invasões e manipulação de contratos inteligentes são ameaças reais em um ambiente onde tudo é digital. Além disso, a ausência de uma regulamentação clara e global dificulta a responsabilização em casos de dano ou conflito entre partes de diferentes países ou plataformas. O desenvolvimento de um marco jurídico internacional voltado ao metaverso é urgente para garantir proteção jurídica a todos os usuários.

Outro desafio é a desigualdade de acesso e conhecimento tecnológico. Quem não domina ferramentas digitais pode ficar à margem dessa nova realidade, correndo o risco de exclusão patrimonial. Rodrigo Balassiano sugere que a educação digital se tornará peça-chave para garantir que a administração no metaverso seja democrática e inclusiva. Afinal, estamos falando de um universo onde a linha entre o real e o virtual tende a se confundir, mas os impactos econômicos e sociais são bastante concretos.

Preparar hoje para administrar o amanhã

O metaverso ainda está se construindo, mas suas implicações para a administração e a custódia de ativos já exigem reflexão. Pensar em soluções jurídicas, tecnológicas e sociais para esse novo espaço é essencial para evitar abusos, garantir segurança e promover inclusão. Profissionais das mais diversas áreas precisarão se adaptar, e novas profissões devem surgir para lidar com essa nova complexidade.

Assim, Rodrigo Balassiano conclui que, seja como um ambiente de entretenimento, trabalho ou investimento, o metaverso exigirá novas formas de organização, com regras claras e sistemas eficientes de gestão e proteção de ativos. Preparar-se hoje é a melhor forma de garantir que, no futuro, o metaverso seja não apenas inovador, mas também justo, seguro e acessível para todos.

Autor: Mikesh Samnaeth

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