O futuro do agronegócio está sendo moldado por uma palavra-chave: circularidade. Aldo Vendramin, empresário e fundador, destaca que a lógica linear de produzir, consumir e descartar está dando lugar a um modelo inteligente e sustentável, no qual cada resíduo pode se transformar em uma nova fonte de valor. A economia circular no campo é a evolução natural de quem entende que produtividade e preservação devem caminhar juntas.
Neste artigo apresentaremos o que é a economia circular e qual seu destaque para os produtores que procuram além da sustentabilidade o valor dentre tudo que é produzido.
O que é a economia circular no agronegócio?
A economia circular propõe que os recursos utilizados na produção agrícola e pecuária retornem ao ciclo produtivo de forma inteligente. Isso significa transformar sobras, descartes e resíduos em novos produtos, insumos ou energia, reduzindo custos e impactos ambientais.
Na prática, o que antes era considerado desperdício agora se torna matéria-prima para novas atividades econômicas. Com essa abordagem, fazendas e cooperativas estão adotando práticas como o reaproveitamento de efluentes, compostagem de resíduos orgânicos, produção de biogás e desenvolvimento de biofertilizantes. Essas iniciativas fortalecem a sustentabilidade e criam um ambiente de inovação contínua dentro do setor agro.

Segundo o senhor Aldo Vendramin, a circularidade é mais do que uma tendência, é um diferencial competitivo, visto que o produtor que adota práticas sustentáveis se torna mais eficiente e ganha reconhecimento nos mercados mais exigentes.
Resíduos que viram energia e fertilidade
Um dos pilares da economia circular no agro é a bioenergia. A utilização de resíduos orgânicos, como dejetos animais, restos de colheita e subprodutos industriais, permite a geração de biogás e biofertilizantes. Essas fontes renováveis de energia reduzem a dependência de combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, melhoram o equilíbrio ambiental das propriedades.
O biogás, por exemplo, pode ser usado para alimentar motores, aquecer estufas e até gerar eletricidade para o consumo interno. Já o biofertilizante devolve nutrientes ao solo de forma natural, promovendo a regeneração da terra e reduzindo o uso de adubos químicos, informa o empresário Aldo Vendramin.
Essas práticas demonstram que é possível produzir mais gastando menos, um conceito que é essencial para o futuro do agro, dado que cada resíduo é uma oportunidade disfarçada. O campo que recicla e inova cresce de maneira sustentável e lucrativa.
Logística reversa e reaproveitamento inteligente
Outro ponto importante da economia circular no campo é a logística reversa, que se dá com empresas e produtores que estão criando sistemas para recolher embalagens defensivas, materiais plásticos e equipamentos usados, garantindo o descarte correto e o reuso sempre que possível.
A iniciativa se estende a indústrias de processamento de alimentos, que aproveitam subprodutos de frutas, grãos e leite para desenvolver novos itens, como ração animal, bioplásticos e cosméticos naturais. De acordo com Aldo Vendramin, essa integração entre diferentes elos da cadeia agroindustrial cria um ciclo virtuoso, onde nada se perde e tudo se transforma. Além de reduzir resíduos, a logística reversa gera novos empregos e oportunidades de negócio, fortalecendo a economia local.
Economia circular e certificações sustentáveis
As práticas de economia circular estão diretamente ligadas às certificações ambientais e de conformidade, como o Selo Verde e as normas de compensação de carbono. Empresas e produtores que comprovam o reaproveitamento de resíduos e o uso consciente dos recursos conquistam vantagem competitiva e acesso facilitado a mercados internacionais.
Essas certificações também contribuem para a valorização de marcas e produtos, gerando confiança entre consumidores cada vez mais atentos às questões ambientais.
Conforme Aldo Vendramin, a circularidade está redefinindo o conceito de valor no agronegócio. “Hoje, o que vale não é apenas o que se produz, mas como se produz. O agro sustentável é o agro que pensa em cada etapa do ciclo.”
Inovação e futuro circular
O avanço tecnológico tem potencializado a adoção de práticas circulares. Soluções de big data, IoT e inteligência artificial estão ajudando produtores a mapear desperdícios e identificar oportunidades de reaproveitamento dentro das propriedades. Com isso, o conceito de “fazenda inteligente” se expande para além da produtividade, passa a incluir eficiência ecológica e rentabilidade de longo prazo.
Cooperativas, universidades e startups do setor estão investindo em pesquisas e projetos que transformam resíduos agrícolas em energia limpa, bioplásticos e produtos de alto valor agregado. Essas inovações reforçam o papel do Brasil como protagonista na transição para uma agricultura mais verde e regenerativa.
Como menciona Aldo Vendramin, a economia circular é o caminho inevitável para quem quer permanecer competitivo. Não é mais sobre produzir a qualquer custo, mas sobre produzir com propósito. Essa é a verdadeira revolução do campo.
Circular para o futuro
A economia circular no agronegócio mostra que sustentabilidade e rentabilidade não são opostos, são parceiros estratégicos. Ao transformar resíduos em recursos, o produtor rural reduz custos, fortalece a imagem da sua marca e contribui para um planeta mais equilibrado.
Tal como considera o empresário Aldo Vendramin, o futuro do campo será medido pela capacidade de inovar com consciência. O agro que prospera é aquele que entende que cada grão, cada gota e cada resíduo têm valor, e que a verdadeira riqueza está na inteligência de saber reaproveitar.
Autor: Mikesh Samnaeth
