A inteligência artificial (IA) está começando a transformar a aviação, embora a expectativa de que aviões sejam pilotados por IA ainda esteja distante. Recentemente, líderes do setor se reuniram na 80ª reunião da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) em Dubai para discutir as inovações que a tecnologia pode trazer para a aviação nos próximos anos.
Os especialistas concordam que a IA não substituirá os pilotos, mas já está contribuindo para melhorar a comunicação com os passageiros e otimizar o fluxo nos aeroportos. A tecnologia é vista como uma solução para aumentar a eficiência em um setor que enfrenta margens de lucro cada vez mais apertadas.
Durante o evento, Geoffrey Weston, consultor-chefe da Bain & Company, destacou que a IA é especialmente útil em situações de incerteza, pois pode acelerar a entrega de informações relevantes. Isso é crucial para a tomada de decisões rápidas e eficazes, especialmente em um ambiente tão dinâmico quanto o da aviação.
Jerome Bouchard, especialista aeroespacial, enfatizou a importância de reduzir o tempo de espera nos aeroportos, mencionando o uso de reconhecimento facial na segurança. Essa tecnologia, no entanto, requer uma coordenação eficaz de dados, algo que a IA pode facilitar.
Companhias aéreas como a Air France-KLM já estão implementando soluções de IA. A empresa planeja usar uma ferramenta que responde a clientes em vários idiomas, a ser instalada nos tablets dos agentes de atendimento no aeroporto Charles de Gaulle, com previsão de início em 2025.
Além disso, a Groupe ADP, operadora de aeroportos, lançou um programa que utiliza reconhecimento de voz para atender chamadas, reduzindo significativamente o número de chamadas não atendidas. Essa inovação visa agilizar os processos de embarque e desembarque, melhorando a logística nos aeroportos.
Embora a IA esteja se tornando uma tendência na aviação, especialistas como Patrice Caine, CEO da Thales, afirmam que a responsabilidade pela tomada de decisões ainda recai sobre os humanos. A tecnologia deve atuar como uma “inteligência assistida”, complementando, mas não substituindo, o papel dos pilotos.
Por fim, enquanto a pesquisa sobre o uso de IA para controlar aeronaves avança, como demonstrado pelos testes da Força Aérea dos EUA com aviões de combate, a realidade de um cockpit totalmente automatizado ainda parece distante. A integração da IA na aviação promete, no entanto, revolucionar a forma como viajamos, tornando o setor mais eficiente e responsivo às necessidades dos passageiros.